sábado, 7 de julho de 2012

uma música para o fim de semana - Luís Represas


Ouvir esta música é ouvir e ver tudo o que a sua letra diz. Montanhas, cascatas, neves, lagos. planícies. desertos. 
Onde histórias, memórias, ternuras se contam e se traçam à noite num céu estrelado. 
Tudo isto num país distante, maravilhoso, entalado entre a China e a Rússia. A Mongólia.

Só há mais uma canção que na minha vida tem o simbolismo, o poder e a força que esta tem. Um dia ela aparecerá por aqui.

Neste fim de semana, triste, de perdas, as vozes incríveis de Luís Represas e do cubano Pablo Milanés que se complementam na perfeição, levam-me a viajar, ao encontro da Feiticeira.
Uma e outra vez.

Bom fim de semana  ;(




De que noite demorada
Ou de que breve manhã
Vieste tu. feiticeira
De nuvens deslumbrada?

De que sonho feito mar
Ou de que mar não sonhado
vieste tu feiticeira
Aninhar-te ao meu lado?

De que fogo renascido
Ou de que lume apagado
Vieste tu feiticeira
Segredar-me ao ouvido?

De que fontes, de que águas
De que chão, de que horizontes
De que neves, de que fráguas
De que sedes, de que montes
De que norte, de que lida
De que desertos de morte
Vieste tu feiticeira
Inundar-me de vida...?

De que noche demorada
O de que breve manhana
Llegaste tu hechicera
De nubem deslumbrada?

De que suenho hecho mar
O de que mar no soñado
Viniste tu hechicera
Anillarte a mi lado?

De que fuego renacido
O de que lumbre apagada
Viniste tu hechicera
A segrediarme al oído?

De que fuente, de que agua
De que suelo y horizonte 
De que nieves, de que fraguas
De que sedes, de que montes
De que norte, de que lidia
De que desierto de muerte
Viniste tu, hechicera
A inundarme de vida...?

De que fontes, de que águas

De que chão, de que horizontes
De que neves, de que fráguas
De que sedes, de que montes
De que norte, de que lida
De que desertos de morte
Vieste tu feiticeira
Inundar-me de vida...?



sexta-feira, 6 de julho de 2012

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Higgs e o seu bosão





Se pegarmos em qualquer coisa à nossa frente e começarmos a dividi-la em pedaços cada vez mais pequenos, chegaremos a um ponto em que deixamos de ter matéria para passarmos a ter os seus constituintes.
E na essência encontraremos três: protão, neutrão e electrão.

Se tentarmos por sua vez dividirmos estes três constituintes, descobriremos que não conseguimos "partir" mais o electrão e por isso chama-se uma partícula elementar.
Por sua vez, o protão e neutrão podem de novo voltar a ser partidos e encontraremos uma partícula chamada quark. E a divisão pára por aqui porque ele é uma partícula elementar.

Mas não se encontra só um quark, mas sim, seis quarks com propriedades diferentes entre si.
Entre as quais a mais significativa e também a mais intuitiva e fácil de perceber é a sua massa.

A diferença de massas entre partículas elementares pode ser gigantesca. Um desses seis quarks, pode pesar 350 000 vezes mais que um electrão. E a grande questão que se coloca é: porquê?

Em 1964, Peter Higgs, um físico inglês juntamente com outros físicos, propõe uma solução.
As partículas estão imersas num campo - pensar numa analogia com o mar - que nós não conseguimos ver e a variação da sua massa, varia com a intensidade com que essa partícula interage com esse campo, com esse mar.
Da mesma maneira que uma baleia pesa mais que um arenque quando nada no oceano, ou, um miúdo franzino atravessa uma multidão num concerto dos Metallica mais facilmente que um adulto bem nutrido.
Esse mar, esse campo, ganhou o nome de Campo de Higgs e como a um campo está associada uma partícula, a que foi prevista por Higgs ganhou igualmente o seu nome, Bosão de Higgs.
Será ela a responsável por conferir massa à matéria que nos rodeia. Toda ela. Desde a pulga que vive no pelo do nosso gato que dorme enroscado num cobertor a um crepitante e maciço buraco negro devorador de mundos.

Encontrar e provar a existência do Bosão de Higgs tem sido quase o Santo Graal da física dos últimos 50 anos. A sua descoberta permite compreender e explicar muitos fenómenos associados à gravidade.
Permite também olharmos para os primeiríssimos instantes da origem do universo.

Para que este bosão possa ser observado, é necessário atingir as mesmas altíssimas energias que o universo atingiu imediatamente após o seu nascimento, o evento que ficou conhecido por Big Bang.

Para tal aceleram-se feixes de protões a velocidades muito, muito próximas (qualquer coisa como 99.9999%) da velocidade da luz (aproximadamente 300 000 km/s) provocando depois a sua colisão.
A energia obtida nestas colisões é da mesma ordem de grandeza das energias que estariam presentes no início do Big Bang.

Mas na verdade não se consegue observar a sua formação. É tão instável que ele decai de imediato, desintegra-se, antes de poder ser detectado.
Apenas os rastos, os traços, a assinatura que deixa após a sua desintegração é que permite dizer que ele existiu.


Logo após o surgimento do universo, as energias envolvidas eram tão grandes que as quatro grandes forças da natureza, a força nuclear forte e a nuclear fraca, o electromagnetismo e a gravidade estavam unificadas numa única força. Há quem chame a esta força, a Superforça.
À medida que o tempo passava e as temperaturas foram baixando, estas forças separaram-se uma das outras. A última a surgir foi a gravidade.

Das três primeiras forças conhece-se os campos e as respectivas partículas mensageiras, excepto a gravidade.
E é aqui que o Bosão de Higgs entra e adquire a importância que sempre teve desde que foi proposto por Peter Higgs.
Se se provar que se encontrou a partícula mais procurada da história da física, ela vem completar a lacuna que a força gravítica apresenta até ao momento, a prova da existência de um campo gravitacional e de uma partícula a ele associado.

No estado actual do conhecimento da física, existem duas grandes teorias.
Uma que explica como a matéria se comporta ao nível do infinitamente pequeno, a mecânica quântica e a outra que explica o outro extremo da escala, a teoria da relatividade que é na prática uma teoria gravítica.
Unificar estas duas grandes teorias é a grande demanda da física desde os tempos de Einstein.

O anúncio da descoberta de uma partícula com as características do Bosão de Higgs ontem, mas sem a confirmação que era ela, mas se provar vir a ser, poderá conduzir a avanços espectaculares sobre as origens do universo.
Pode ser uma das peças que está em falta para dar mais um passo na direcção da tão desejada unificação da mecânica quântica com a relatividade.


É tentador pensar que será a resposta para tudo e será o fim da física.
Naturalmente que não. Por cada resposta que se obtém, formulam-se novas perguntas e surgem novas dúvidas. Além que há áreas da física às quais a eventual descoberta do Bosão de Higgs não dará resposta.
Compreender a misteriosa matéria escura e avaliar a validade do conceito teórico de supersimetria., está para já fora do âmbito da descoberta da nova partícula.

Mas sem dúvida nenhuma que a comunidade cientifica e os físicos em particular, por estes dias, vivem tempos excitantes e têm as expectativas e a ansiedade em alta.
Provavelmente desde há cinco décadas que não havia nada que agitasse a física de uma maneira tão forte como o anúncio que o CERN fez ontem.


terça-feira, 3 de julho de 2012

o foie gras foi banido


O foie gras, o patê de pato, esse produto francês dito "gourmet" que resulta da alimentação forçada de patos e gansos que provoca o inchaço artificial do fígado, foi proibido no dia 1 de Julho deste ano, pelo estado da Califórnia nos Estados Unidos, que considerou que era uma prática desumana.

Os patos e gansos são forçados a comer várias vezes ao dia através de um tubo pneumático que lhes é enfiado na garganta, provocando sofrimento e angústia neles.
Os animais chegam a vomitar sangue devido à perfuração do esófago ou estômago causada pela inserção do tubo, desenvolvem infecções devido a vírus e bactérias e morrem frequentemente sufocados e de ataque cardíaco devido à violência desta forma de alimentar.
A taxa de morte nestas quintas de produção de foie gras, antes da ida para o matadouro, é 10 a 20 vezes maior(!) que nas quintas normais de produção de patos.

Para rentabilizar o espaço, os produtores mantêm os animais em gaiolas com o tamanho do seu corpo que ficam incapacitados de se movimentaram em qualquer direcção, apenas com aberturas para que os patos possam esticar o pescoço.

A quantidade de vezes e o tipo de alimentação (muito gorda) dada, dá origem a uma doença hepática que provoca um crescimento anormal do seu fígado até 10 vezes mais. É este aumento, este crescimento anormal que constitui o foie gras.
Verdadeiramente sempre que alguém come foie gras, está a comer uma doença do fígado artificialmente induzida num pato ou ganso.

Será isto um produto "gourmet"?









segunda-feira, 2 de julho de 2012

Grande Ecrã - Men In Black 3 (MIB 3)


É a vantagem de se ver sequelas. Não se sai da sala de cinema frustrado ou enganado.
Quem vai ver o Men In Black 3/ Homens de Negro 3, já sabe que vai encontrar mais do mesmo.

Ou seja, vai ver na essência, o mesmo que viu nos MIB anteriores. Mas terá que aceitar a degradação da receita devido à repetição e a uma natural falta de imaginação.

Posto isto, sabia que MIB 3 não seria um bom filme, mas que provavelmente também não desiludiria.

Uma boa panóplia de extraterrestres de todas as cores e feitios com efeitos especiais a condizer - excelente o salto temporal no topo do Chrysler Building - um humor fácil e original e um argumento linear, igualmente fácil de seguir que não coloca problemas a quem vai ver.

Mas há uma nuance diferente neste filme relativamente aos anteriores.
Tommy Lee Jones, que parece acusar os seus 66 anos, percebe-se que já não tem muito mais para dar neste filme, teve que literalmente ser substituído, sem no entanto o fosse.
Para manter o interesse e o focus na parelha dupla de agentes, os argumentistas recorrem a um truque. Põem o sempre muito cool Agente J (Will Smith) a recuar no tempo, para finais dos anos 60, para ir salvar a vida do seu colega sisudo, o Agente K (Tommy Lee Jones).

O actor que encarna o rejuvenescido Agente K é um espectacular Josh Brolin.
Mantendo os mesmos maneirismos e características da personagem de Tommy Lee Jones, Josh consegue trazer dinâmica, energia e valor acrescentado a este filme.
E funciona como novidade. Como um novo agente e novo parceiro de Will Smith.
Além que é sempre interessante ver como era e o que fazia o Agente K quarenta anos mais novo.

No fim fica a sensação que não há espaço para um quarto filme, sem que a receita se esgote definitivamente.
Quanto ao 3D, não aquece nem arrefece. Está lá. Mas custa pagar o custo extra para algo que até podia não estar, que ninguém iria sentir a falta.

Por Josh Brolin, pelos aliens e claro para os amantes dos MIB, vale a pena ir ver o terceiro filme desta série.
É um filme de entretenimento que, sem deslumbrar ou fascinar, cumpre o que se espera dele.
O que já não é mau.




domingo, 1 de julho de 2012

série "Vencedores" - Pedro Proença





Aos 41 anos, Pedro Proença foi o primeiro árbitro português a arbitrar uma final do Campeonato Europeu de Futebol.
Apitou este domingo a final entre a Itália e Espanha.

Já este ano tinha-se tornado igualmente o primeiro árbitro português a arbitrar uma final da Liga dos Campeões Europeus de futebol entre o Chelsea e o Bayern de Munique.
E foi também o primeiro árbitro europeu a arbitrar as duas finais na mesma época.

Nada mau para um homem que representa um dos sectores mais polémicos do futebol português, a arbitragem.