sábado, 25 de novembro de 2017

uma música para o fim de semana - Vaarwell


Na semana passada passou pelo palco da Esteira, as Golden Slumbers. Um projecto das irmã Catarina e Margarida Falcão na área do folk e country.
Mas uma das manas, a Margarida também está envolvida num outro projecto, Vaarwell, de cariz indie-pop.

Um pouco estranho o nome escolhido...
Um dos membros quando perguntaram como tinha surgido o nome Vaarwel explica: significa “adeus” em Afrikaans e nós juntámos-lhe mais um “L”.
A primeira que a sua música viu a luz do dia foi em 2015 com o EP Love and Forgiveness.
Em Março chegou a vez de um álbum completo, o Homebound 456.
You é o single que faz a introdução ao álbum e Branches foi um dos temas mais conhecidos de Love and Forgiveness.

Branches tem uma certa ingenuidade que lhe traz algum encanto, a simplicidade de quem está em plena de curva de aprendizagem, a sentir o terreno que pisa.

You é mais elaborado, mais embalador, mais aromático.
A voz de Margarida é angelical, inocente. Um pouco melancólica mas delicada e límpida como um ribeiro alimentado pelas primeiras chuvas outonais. Ouve-se muito bem.
Os dois primeiros versos da letra tem um travo meio budista, a crença na realidade e nas coisas que acontecem, são o que apenas o que acontecem.

Tendo em conta que estamos num fim de semana em que finalmente estamos debaixo de água, com as temperaturas um pouco mais baixas e tendo para alguns, o número de cobertores e edredões na cama aumentado, creio que You se adapta melhor.


O curioso é o vídeo ser despretensioso, quase descuidado. Não canibaliza a nossa atenção para ele.
Ouvimos com os ouvidos e não com os olhos.
Os videos espetaculares são sempre atraentes. No pop é mito frequente comprar-se música porque os vídeos são apelativos, são eles que vendem a música, são os olhos que convencem os ouvidos.

Vaarwell, parece mostrar que quem comprar a sua música, fá-lo por isso mesmo e não mais do que isso. O que é muito fixe.


Bom fim de semana ☺





Breathe in
Find your nirvana
Within yourself

You know it's not fair
I’m breathing on thin air
She’ll always be there
You know it's not fair

You know the truth isn't al...
(they're haunting me forever, haunting me forever)
...always true
You tell me secrets that I've known
(they're haunting me forever because of what)
For much longer than you
(they're haunting me forever because of what you made me do)
You made me feel so insecure, and I blame it all on you

Always searching for what hurts me most
Always looking for what makes me cry

It’s lovely how you're what's keeping me alive
Wrapped up in your love, in your care and in your lies
My hands they are shaking, I know that I'm breaking
but I'm alive, you're what's keeping me from dying

You see the problem is that I was not that true to you
And she corrupted my already twisted mind
And so I focus all the anger in my hands and I fuck her up, it's necessary
(they're haunting me forever because of what you made me do)
I know it was necessary
(I did this to save us so it's all on you, I blame it on you)

Always searching for what hurts me most
Always looking for what makes me cry

Breaking roots and branches from this tree

(Breathe in, Find
Within your)

She’ll always be there
You know it's not fair



quarta-feira, 22 de novembro de 2017

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Avishai Cohen - Cross My Palm with silver


O piano e o saxofone são talvez os instrumentos mais expressivos do jazz. É fácil perceber as suas mensagens, a forma como comunicam, o que vai nas suas "cabeças".
Mas nenhum deles tem a capacidade de nos transportar, de nos fazer flutuar como o trompete. Ele é capaz de ser etéreo, celestial, como de uma só vez nos trazer abruptamente à terra. É esta capacidade que tanto me atrai no neste instrumento de sopro.

Foi a angústia de uma criança que inspirou o trompetista israelita Avishai Cohen no tema que abre o seu mais recente trabalho e o segundo para a etiqueta alemã ECM: Cross My Palm With Silver.

No dia 18 de Novembro de 2016, um rapazinho sírio sofre um ataque químico, próximo de Aleppo, que o leva ao hospital. Enquanto é tratado, ele pergunta lavado em lágrimas a quem o ajuda e numa angústia tremenda:
- "Will I die miss? Will I die?"

"Vou morrer senhora? Vou morrer?"

Into the Silence, o primeiro álbum que o músico gravou para a ECM, em 2016, tem um tema que é transversal a todo o álbum, que o unifica: a morte do pai de Avishai Cohen.
O segundo álbum, Cross My Palm with Silver, de 2017, não é sobre a guerra da Síria como o primeiro tema poderia sugerir.
Avishai toca, interpreta, várias histórias ao longo de uns curtos, mas muito belos, trinta e oito minutos. Sabe a pouco. Ficamos a querer ouvir mais.

Tenho este dois álbuns. Gosto muito dos dois.
Penso que não faz sentido gostar de um e não gostar do outro, ambos vêm no mesmo registo melódico, mas não gostar de nenhum deles, talvez faça ainda menos sentido.